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Hoje assinala-se o Dia Internacional da Tolerância Zero Contra a Mutilação Genital Feminina

"Em 2022 foram detetados pelos serviços de saúde 190 casos de mutilação genital feminina, tendo um deles sido praticado em Portugal. É o maior número desde 2014 (quando foram sinalizados 40 casos), sendo mais 27,4% do que em 2021 (mais 52 casos). No total, nestes nove anos foram referenciados 853 casos."

“De acordo com um relatório divulgado esta segunda-feira, pela Direção-Geral da Saúde, no Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, a tendência de crescimento só foi interrompida entre 2019 e 2020, quando se registou uma quebra de 126 para 99 casos.

A maioria dos registos na plataforma de saúde eletrónica é feita nos hospitais ou centros de saúde no âmbito da vigilância da gravidez (38,9% dos casos em 2022), durante o puerpério (período entre o parto e restabelecimento da mãe, 16,8%), consultas (22,6%) ou internamento (21,6%).

A idade média das meninas aquando dos procedimentos, no caso dos 190 casos detetados em 2022, é de 6,6 anos, variando entre o primeiro ano de vida e os 34 anos. Quase 73% dos casos foram feitos em meninas até aos 9 anos. A média de idade atual destas mulheres é de 31,8 anos (variando entre os 5 e os 63).

Múltiplas complicações

No ano passado, de acordo com o relatório, foram detetadas complicações em 100 mulheres decorrentes da mutilação, que são frequentemente múltiplas. Numa análise desagregada, foram detetadas 75 do foro psicológico, 64 obstétricas, 55 de resposta sexual e 51 sequelas uro-ginecológicas.

A maioria dos 190 casos foi realizada na Guiné-Bissau (129) e na Guiné (45). Os registos sinalizaram ainda um caso em Portugal, sem referência de quando terá sido feito. O relatório refere que se enquadra num procedimento "prejudicial à genitália feminina para fins não médicos, por exemplo, picadas, puxões, perfurações, incisões, raspagem ou cauterização".

Maioria na região de Lisboa

Dos 190 casos, só 2 foram detetados em unidades da Administração Regional de Saúde do Centro. Os restantes foram na ARS de Lisboa e Vale do Tejo, sobretudo no hospital Amadora-Sintra (38,9%) e no centro hospitalar Lisboa Central (17,4%).

No relatório anterior, recorde-se, já tinha sido detetado um caso realizado em Portugal entre 2018 e 2021. A esmagadora maioria são casos de mutilação de tipo I e II, isto é, podem ir da remoção do prepúcio à remoção parcial ou total do clitóris e dos pequenos lábios.”

 

In "Hospitais detetaram 190 casos de mutilação genital feminina" de Alexandra Inácio, Jornal de Notícias, 06 de fevereiro de 2023  https://www.jn.pt/nacional/hospitais-detetaram-190-casos-de-mutilacao-genital-feminina