Quebrar o ciclo intergeracional da violência

As crianças marcadas pela violência doméstica são muitas vezes entendidas como vítimas “secundárias”, quer dentro do sistema de apoio e jurídico, quer por entidades que trabalham com crianças e jovens.
Os numerosos estudos realizados são inequívocos, no que se refere aos danos causados nas vítimas crianças e referem a transmissão intergeracional da violência, graves impactos psicológicos, de saúde, comportamentais e socioeconómicos. Em situações de homicídio, esse impacto é brutal e a vida das crianças e famílias muda de forma indelével.
A intervenção precoce e capacitada é essencial para quebrar o ciclo da violência doméstica!
É imperativo proteger as crianças e jovens contra todas as formas de violência, física ou mental, danos ou abuso, negligência, violência contra as mulheres e violência doméstica, maus-tratos ou exploração, incluindo o abuso sexual.
A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, como entidade de referência para a efetiva concretização dos Direitos Humanos de todas e de cada uma das crianças em Portugal, contribui para a planificação da intervenção do Estado e para a coordenação, acompanhamento e avaliação da ação dos organismos públicos e da comunidade, na promoção dos direitos e proteção das crianças e jovens.
Neste contexto, nasce o A Teu Lado, um projeto-piloto, promovido pela CNPDPCJ, com financiamento dos EEAGrants e com a participação da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género como operador do programa, que implementará e testará ações no sistema de proteção nos territórios de Amadora, Loures, Seixal, Faro e Loulé.
Tem como principais objetivos:
• Apoiar e responder às crianças, no(s) dia(s) seguinte(s) ao episódio de violência doméstica registado pela polícia ou outro interveniente, em articulação com os seus familiares, tendo em conta que o agressor normalmente faz parte desta unidade familiar.
• Desenvolver uma ação preventiva contra a normalização da violência de género e quebrar os ciclos de vitimização e agressão.
• Criar um atendimento especializado a crianças que perdem seus pais ou representantes legais em resultado de homicídio no contexto de violência doméstica.
• Desenvolver uma Intervenção coordenada entre o sistema nacional de proteção da infância e juventude e a rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica, no âmbito das respetivas competências.
São parceiros nacionais do projeto:
GNR - Guarda Nacional Republicana
PSP – Polícia de Segurança Publica
ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa
DGE – Direção Geral de Educação
DGS - Direção Geral de Saúde
ISS, IP – Instituto de Segurança Social
OPP – Ordem dos Psicólogos Portugueses
Como parceiro internacional está a Stine Sofies Foundation.
